José Antonio Sant’Ana:
Dados da ACIV (Associação Comercial e Industrial de Vilhena) revelam que as vendas do comércio varejista em Vilhena cresceram 7,6% no último mês de dezembro, em comparação com o mesmo período de 2010. A análise considera todos os segmentos do varejo. “Alguns seguimentos tiveram crescimento maior que outros. Ademais, alguns setores se mantiveram estáveis, mas no geral, o crescimento ficou acima de 7%. Pode não representar muito, mas diante do atual cenário e da média nacional é um número a se comemorar”, explicou o presidente da ACIV, José Ivanildo.
Segundo Serasa Experian o crescimento das vendas do comércio varejista em âmbito nacional foi de 6,9% no mês de dezembro do ano passado, comparado ao mesmo mês de 2010. Um crescimento bem menor que o registrado em dezembro de 2010 (12,8%) no confronto com dezembro de 2009. Diminuição atribuída ao cenário de instabilidade mundial que acabou provocando a desaceleração na economia brasileira, no segundo semestre de 2011.
De acordo com Ivanildo, a taxa de crescimento das vendas de dezembro – por menor que tenha sido em relação ao ano anterior – não chegou a desapontar os comerciantes. “Sabemos que não foi um período não tão bom quanto o de 2010, devido ao desaquecimento geral da economia e à maior incerteza com o futuro da economia. Por isso mesmo, o comerciante já estava imaginando que esse cenário afetaria o apetite do consumidor e se precaveu quanto as expectativas de vendas. Prova disso é que nesse fim de ano houveram bem menos contratações temporárias no comércio”, adicionou.
Segundo a pesquisa da ACIV, algumas empresas apostaram no crediário (vendas à prazo) como forma de driblar a desaceleração da economia no 2º semestre, o que motivou maior volume de vendas no crediário em detrimento ao cartão de crédito. “Talvez se não fosse isso, as vendas do comércio teriam tido um desempenho pior no mês de dezembro”, avalia Ivanildo. O problema é que quando se aumenta a venda no crediário, também se aumenta a possibilidade da inadimplência. Vender no cartão é muito mais seguro para o lojista.
Junto com o momento de desaquecimento da economia, a ACIV aponta as dívidas em longo prazo como outro fator que colaborou para que as vendas de dezembro passado não tivessem o mesmo resultado que no mesmo período de 2010. “O recente boom imobiliário em Vilhena deixou muita gente endividada em longo prazo, o que diminuiu o poder de compras dessas pessoas. Esse é um fenômeno que também influência nas vendas do comércio, pois com menos dinheiro no orçamento, acaba-se gastando menos”, explica o presidente da ACIV.
Fonte/hojerondonia.