Em apelo visceral, parlamentar usa caso do menino Pedrinho para cobrar urgência em investimentos e estrutura hospitalar, destacando a dor de famílias sem opções
Durante a sessão da Câmara Municipal do Guarujá nesta terça-feira (28), a vice-presidente da Casa, Andréia Feijó, protagonizou um momento de profunda emoção ao defender a saúde pública municipal. Visivelmente abalada, a vereadora utilizou o trágico caso do menino Pedrinho – internado em estado grave na UTI após um acidente doméstico – para ilustrar as falhas crônicas no sistema de atendimento emergencial da cidade. Seu desabafo, amplamente repercussão nas redes sociais, reacendeu o debate sobre a necessidade de modernização nos pronto-atendimentos e hospitais locais, mobilizando apoio de moradores e autoridades.
“Eu não queria falar, mas tenho vergonha de ser vereadora. Vergonha. E se fosse o meu filho que estivesse lá na cama, no lugar do Pedrinho, eu não sei o que eu teria feito”, desabafou Andréia Feijó, com a voz embargada, ecoando a angústia de centenas de famílias guarujaenses que enfrentam barreiras em momentos de crise. A parlamentar destacou a falta de equipamentos essenciais, como tomógrafos nos Pronto Atendimentos Municipais (PAMs), que funcionam como a “porta de entrada” para quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).
O episódio de Pedrinho, que ganhou comoção nas redes sociais com campanhas de oração e solidariedade, expôs vulnerabilidades no atendimento emergencial. O menino, morador do bairro Cidade Oásis, sofreu um acidente que exigiu diagnóstico preciso e rápido, mas a ausência de recursos adequados agravou a situação, conforme relatos de familiares e testemunhas. “Quando a gente vai num PAM, que é a porta do povo, onde estão os que não têm condições de pagar um plano de saúde, não pode faltar um tomógrafo para fazer um diagnóstico preciso e urgente. Não é só pelo Pedrinho. Outras pessoas virão. E Deus não escolhe os mais importantes ou inteligentes para estar aqui — Ele capacita os escolhidos”, enfatizou a vereadora, ligando o caso individual a um problema sistêmico que afeta toda a população.
Andréia Feijó, conhecida por sua proximidade com a comunidade, cobrou o prefeito Farid Said Madi, e fez um apelo direto por prioridade na saúde. “Eu votei no prefeito Farid e me considero a ‘vereadora do povo’. Acho que o prefeito também é o prefeito do povo. Ninguém aqui é contra ele. Ele não tem oposição nesta Casa — e não terá. Mas, Farid, a educação é importante, e a saúde é prioridade”.
O caso Pedrinho: Símbolo de uma crise maior
O menino Pedrinho, de apenas 8 anos, sofreu um grave acidente em sua residência no último fim de semana, resultando em traumatismo craniano e necessidade de ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Guarujá. O caso, que mobilizou orações e doações via redes sociais, destacou a sobrecarga na rede pública: filas longas, equipamentos obsoletos e demora em transferências para unidades especializadas em Santos ou São Paulo. Familiares relataram que a falta de um tomógrafo no PAM local atrasou o diagnóstico inicial, forçando uma corrida contra o tempo.
Essa tragédia não é isolada. Relatórios recentes da Vigilância Sanitária apontam que o Guarujá enfrenta déficit de 30% em equipamentos de imagem diagnóstica, agravado pela alta demanda turística na Baixada Santista. Vereadores como Andréia Feijó e colegas da base aliada, incluindo Ariani Paz, têm protocolado indicações para verbas emergenciais via emendas parlamentares. Recentemente, a própria Andréia esteve em Brasília, reunindo-se com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para discutir fortalecimento da rede local. “Não é apenas sobre um caso isolado. É sobre um sistema que precisa funcionar para todos. O caso do Pedrinho nos lembra que cada minuto conta quando o assunto é salvar vidas”, resumiu a vereadora, transformando a dor pessoal em bandeira coletiva.
Quem é Andréia Feijó
Eleita a mulher mais votada da história do Guarujá em 2020, com mais de 5 mil votos, Andréia Feijó acumula uma trajetória de militância social antes de ingressar na política. Corretora de imóveis, mãe e casada, ela reside na cidade há 40 anos e é filiada ao Republicanos. Como vice-presidente da Câmara Municipal do Guarujá, tem se destacado por projetos como o atendimento humanizado em unidades de saúde, capacitação para profissionais do SUS e programas de acolhimento a vítimas de violência doméstica.
O discurso de Andréia Feijó não apenas comoveu a sessão, mas catalisou uma onda de solidariedade online, com petições e lives pedindo accountability da gestão municipal. Enquanto Pedrinho segue na luta pela recuperação – com melhoras relatadas nos últimos boletins médicos –, o episódio reforça a urgência de políticas preventivas e investimentos sustentáveis na saúde pública do Guarujá.
Fonte: Por [email protected]



